Automação de Poço Artesiano

ESG e o consumo de água

O conceito ESG (Environmemtal , Social and Governance) corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. O ESG está relacionado aos 17 Objetivos  de Desenvolvimento Sustentável (ODS) , estabelecido pelo Pacto Global. O ODS é uma iniciativa mundial  que envolve desde a ONU a várias outras entidades internacionais.

Assim sendo, é uma jornada de transformação dos negócios e atividades produtivas. Essa jornada envolve aspectos multidisciplinares para atingir uma  determinada qualidade de vida para todos, dentro dos pilares ambientais sustentáveis e éticos. Estes negócios passam a desenvolver habilidades e estratégias que alinhem lucro, produtividade, propósito e transparência.

A formalização do ESG não é nova, remonta a 2004 , com 63 signatários da iniciativa da ONU que gestavam cerca de US$ 6,5 bilhões. Isso para evoluir ao que hoje enverga cerca de 3.000 signatários,  com ativos que em 2020 somavam expressivos 100 trilhões de dólares (fonte KPMG).

O Brasil, como não poderia deixar de ser, experimenta uma crescente evolução do conceito ESG dentro dos ambientes produtivos e nas organizações. Portanto, é estimulando as empresas que passem a buscar soluções, repensar processos e criar estratégias que se encontrem aos critérios ESG.

Neste sentido focamos em nossa especialidade que é a água.

Esg e as águas subterrâneas

Em especial estabelecemos estratégias voltadas à água subterrânea , uma vez que é neste universo que julgamos existirem metas importantes e práticas que podem levar aos objetivos traçados pelos conceitos de  ESG.

A água subterrânea é o principal manancial de água doce da humanidade (distribuída em linhas  gerais em 3% rios e lagos , 30% subterrânea e o restante é gelo). A água subterrânea é disponível em quantidade e qualidade suficientes para mitigar diversos problemas de abastecimento.

No aspecto ambiental são disponíveis em quase todos os locais facilitando o acesso através de poços tubulares profundos (artesianos), poços escavados e até mesmo surgências (fontes) naturais. É dessa forma que se reduz drasticamente seu custo de produção, reservação e distribuição comparada a outras origens. Em geral são abrigadas da maior parte dos poluentes que infestam as águas superficiais. O que reduz uso de químicos e energia em sistemas de tratamento. Podem ser consumidas  na maioria dos casos muito próximas de onde são produzidas, reduzindo significativamente o consumo de energia elétrica. Entretanto, estima-se que 10% da energia consumida globalmente bombeia água, sendo esse item o de maior valor nos custos de empresas de saneamento público. Pode-se deduzir portanto, o quanto contribui , a sua exploração, na redução da “pegada” ambiental frente à outras fontes de abastecimento.

ESG e o consumo de água

Quanto ao aspecto social

No aspecto social a utilização de água subterrânea é amplamente utilizada em locais remotos. São locais onde a rede pública de abastecimento inexiste ou é precária. Ou seja, locais de escassez persistente de fontes superficiais entre outros, elevando significativamente a qualidade de vida das comunidades. Assim sendo, abastecendo indústrias e grandes consumidores é fator de segurança operacional. Por exemplo fixando empregos em regiões do agronegócio, dada a possibilidade de manutenção ininterrupta de cadeias produtivas.  Dessa forma, a água subterrânea abastece sistemas de irrigação, produzindo alimentos em locais e épocas onde as águas superficiais não atendem e as chuvas sejam esparsas. Outro aspecto significativo é que a utilização por grandes consumidores (indústrias) é financiada majoritariamente por recursos privados. Portanto liberando recursos públicos ao atendimento de estratos da sociedade menos favorecidos. Uma vez que reduz a pressão de investimentos de companhias de saneamento na produção de água para atender a estes grandes consumidores favorecendo investimentos em esgoto, por exemplo.

A governança e as águas subterrâneas

Por fim a questão da governança, onde a água subterrânea é muitíssimo mais fácil de controlar em toda sua cadeia de produção e consumo. Desde a fonte até o ponto de efluente. Por ter facilidade no controle de perdas evita o consumo excessivo, detecta com maior facilidade vazamentos e desperdícios. Dessa forma permite-se um melhor dimensionamento de equipamentos, possui formas de monitoramento consolidadas e em tempo real  elevando em muito o grau de gestão. Com isto se atende com eficácia exemplar os termos ambientais de controle dos órgãos gestores (outorgas de uso de recurso hídrico). E também das legislações de qualidade da água para consumo humano, da eficiência no emprego de recursos financeiros e de gestão hídrica. Além dos índices de produtividade onde a água é insumo essencial e de vários outros critérios de governança. Como por exemplo a transparência tributária, conflitos de interesse. E também a diversidade de usos e controle de acionistas em ambientes corporativos. As métricas são muito mais claras.

Estes são apenas alguns dos aspectos em que a água subterrânea se enquadra nos critérios ESG como ferramenta de implementação de estratégias e objetivos. Destes partem inúmeras outras possibilidades e potenciais que ainda estão por ser desenvolvidos.

Há ainda, a possibilidade de criação de modelos eficazes de certificação e auditoria ESG. Dada a robustez de dados que o universo das águas subterrâneas cria permanentemente.

A cada ramo de atividade corresponde um emprego da água e dentro deste  ambiente múltiplo e facetado estão oportunidades de inclusão. Sempre com foco no desenvolvimento sustentável em consonância com o que eleva a nova realidade. Assim sendo o ESG traz ao mundo dos negócios e das organizações uma nova possibilidade de monitoramento e automação.